Deposição de crânio de equino do Outeiro Alto 2 enclosure
Depositon of equine skull of Ouetiro Alto 2 enclosure
Nos Perdigões, os restos de equídeos, nomeadamente dentes e
ossos das patas, por vezes em conexão, tornam-se mais frequentes a partir de
meados do 3º milénio A.C., seja em deposições em contextos campaniformes da
área central ou na substituição das falanges de cervídeo pelas de equídeo na
elaboração dos “ídolos falanges”. Já numa fossa exterior do pequeno recinto de
Outeiro Alto 2, foi registada a deposição de um crânio de cavalo, datando este
recinto igualmente da segunda metade desse milénio. No grande recinto do Porto
Torrão, igualmente em fase campaniforme, uma pata de cavalo em conexão anatómica
foi depositada no topo de uma fossa. E noutro grande recinto, como Valencia de
la Concepción, um vaso zoomórfico apresenta a cabeça de um equídeo. São dados
ainda escassos, mas começam a sugerir uma alteração do estatuto deste animal
durante a segunda metade do 3º milénio a.C., com a sua integração em práticas
ritualizadas deposicionais e na iconografia da época.
Referências:
Valera, António Carlos e Filipe, Iola (2004), "O
povoado do Porto Torrão (Ferreira do Alentejo): novos dados e novas
problemáticas no contexto da calcolitização do Sudoeste peninsular", Era
Arqueologia, 6: 28-61.
Valera, A.C., Filipe, V. e Cabaço, N. (2013), “O recinto de
fosso do Outeiro Alto 2 (Brinches, Serpa)”, Apontamentos de Arqueologia e
Património, 9: 21-35.
Valera,
A.C., Evangelista, L.S. and Castanheira, P. (2014), “Zoomorphic figurines and
the problem of human-animal relationship in the Neolithic and Chalcolithic
Southwest Iberia.” Menga. 5:15-33.
Valera, A.C. (2015), “Ídolos falange, cervídeos e equídeos.
Dados e problemas a partir dos Perdigões”, Apontamentos de Arqueologia e
Património, 10:.
In
Perdigões, equine remains, notably teeth and leg bones, sometimes connected,
become more frequent from the middle of the 3rd millennium BC, either in
depositions in bell beaker contexts in the central area or in the replacement
of deer phalanges by equine phalanges in the elaboration of “phalange idols”.
In an external pit of the small enclosure of Outeiro Alto 2, the deposition of
a horse skull was recorded, dating this enclosure also from the second half of
this millennium. In the large enclosure of Porto Torrão, also in the bell
beaker phase, a horse's paw in anatomical connection was deposited at the top
of a pit. And in another large enclosure, such as Valencia de la Concepción, a
zoomorphic vase features the head of an equine. Data is still scarce, but it
begins to suggest a change in the status of this animal during the second half
of the 3rd millennium BC, with its integration into ritualized depositional
practices and the iconography of the time.